O que acontece com uma Pessoa após um Acidente de Carro?
- saudepsicofisica

- 1 de mar. de 2022
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O período posterior ao acidente é sempre um choque de realidade. Em geral, a primeira sensação é a de alívio por estar vivo. Mas, em seguida, outras tantas se misturam. Os especialistas defendem que a maior parte das pessoas suporta bem o trauma. Reviver o episódio e sonhar com a batida são fatores comuns. O problema todo começa quando isso se torna crônico, e as atividades rotineiras de antes já não conseguem mais serem exercidas. Ter flashes de memória durante o dia, logo depois da batida, significa que a mente está elaborando o problema. Se essas recordações persistem e atrapalham os afazeres do paciente, pode ser que ele esteja sofrendo de estresse pós-traumático Mas uma pancada na cabeça pode significar alterações orgânicas também. Se o cérebro for atingido, a lesão, em alguns casos, provoca desequilíbrio funcional do cérebro. O déficit físico vai variar em cada caso, que vai desde perda motora até a depressão. Também faz parte desse cenário a autoacusação. É comum dizer: por que saí aquele dia? Como é que eu não consegui evitar essa tragédia? Não há nada errado em se dar conta de que fez a coisa errada, o que não pode é ficar paralisado, temendo não cometer o erro novamente. Nem todos têm a capacidade de superar o problema. Quando essa habilidade é inexistente, se não houver muito esforço por parte do paciente e uma terapia adequada, é capaz de se sentir derrotado pelo resto da vida. O QUE PODE ACONTECER Quais são as duas principais reações após acidentes: - Estresse pós-traumático Para entender o que esse transtorno causa no organismo, pense no último susto que você levou. Suas pernas amoleceram? Esse é um dos claros sinais de que todo o sistema do organismo foi ativado abruptamente, e foram liberados os principais hormônios cerebrais (serotonina, cortisol e adrenalina). Quem sofre de estresse pós-traumático passa grande parte do tempo tendo essa sensação. É um transtorno psíquico que desperta a sensação de medo e de ameaça constantes. O paciente fica imaginando que a situação que gerou o trauma possa se repetir a qualquer momento, e é comum não controlar o próprio corpo. Essas lembranças do trauma podem vir acompanhadas de náuseas, diarreia, dor de cabeça e suor nas mãos. Com o passar do tempo, o interesse nas atividades do cotidiano vai se perdendo. Cada ação como: ir ao cinema, manter relações sexuais, estudar, dirigir, se torna insuportável. Falta concentração porque os flashes ocorrem com frequência. Escapar depende de como a pessoa foi preparada durante a vida para enfrentar as adversidades. Boa parte desses recursos é adquirida na infância. Uma criança que tem familiares que a assustam com expressões do tipo "o bicho papão vai te pegar!", por exemplo, tende a ser mais assustada na vida adulta. - Amnésia lacunar No outro extremo do trauma, estão aqueles que não conseguem lembrar de nada. A condição é chamada de amnésia lacunar, pois o cérebro passa a ser comparado a um DVD arranhado, onde apenas os fatos relacionados ao acidentes são apagados. O indivíduo lembra do que ocorreu momentos antes da colisão e esquece de como tudo aconteceu, em um mecanismo de negação em decorrência do trauma. Fica uma lacuna. A exceção vale para quando a vítima entra em coma. Nesse estado, não há informação registrada no cérebro, portanto, não há o que lembrar.
Maria Lúcia Pesce
Psicóloga Clínica
CRP 06/13.333
@psicologa.marialuciapesce
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