Entenda a Violência Emocional!
- saudepsicofisica

- 22 de nov. de 2021
- 3 min de leitura
A dependência emocional costuma ter sinais claros, mas quem está na situação nem sempre consegue enxergá-los. Ciúme, controle e possessividade são indicadores dessa dependência que, em geral, acomete relacionamentos conjugais.
O conflito e as diferenças podem não ter espaço, pois se aparecem, ameaçam a continuidade do vínculo, podendo gerar rompimento.
O outro passa a ser colocado em uma posição no qual preenche o vazio, como se fosse o responsável pela sua completude. Porém, esse tipo de relacionamento não é saudável e, muitas vezes, é necessária ajuda profissional para conseguir reconhecê-lo.
Desde a infância, precisamos de vínculos seguros que irão garantir um processo chamado apego seguro. E isso não significa apenas proximidade, mas uma relação de qualidade, quantidade e frustrações, possibilitando ao indivíduo o desenvolvimento de uma confiança e segurança na relação com os outros.
Na prática, os relacionamentos considerados bons, criam um senso de liberdade, e as pessoas ficam juntas por prazer e não porque precisam uma da outra.
A dependência emocional é muito presente em relacionamentos difíceis, que acabam criando um ciclo vicioso de ciúme e possessividade, o dependente quer vigiar o outro e este se sente sufocado, podendo até se afastar!
Quem sofre com a dependência emocional tende a querer exclusividade e, para isso, pode se valer de persuasão e chantagem. Nada do que o outro faça longe dele(a) ou seja, outros contatos e situações, têm valor. O dependente costuma criticar tudo que o outro faz ou conquista em que ele (o dependente) não esteja presente, como se qualquer ação sem a sua participação fosse problemática.
A dependência emocional em seu início parece banal, e até aceitável. Mas pode evoluir para situações de total controle e até mesmo violência. E isso costuma ser muito recorrente em relacionamentos conjugais que, mesmo trazendo dores e sofrimento, acabam se perpetuando mesmo com um convívio doentio!
Por muito tempo, a dependência emocional esteve relacionada à figura feminina. O tema foi abordado até em novelas e acabou ganhando notoriedade como 'mulheres que amam demais'. No entanto, nos últimos anos, os homens também passaram a ser diagnosticados com esse problema. Eles podem ser muito dependentes emocionalmente e, por isso têm dificuldade em aceitar uma separação, por exemplo. Usam a violência, as agressões e a perseguição para evitar que a parceira vá embora.
Há casos em que o homem tira a vida da parceira e suicida-se.
É importante que os homens também falem sobre relacionamentos, pois precisam de ajuda para perceber a violência que cometem. Mas, na prática, qualquer pessoa pode cair nessa armadilha independentemente de gênero, faixa etária ou classe social.
Extremos costumam ser fáceis de identificar. O ciúme também é uma característica muito frequente, pois a pessoa fica refém daquele relacionamento querendo manter um controle exacerbado por medo de perder.
Quem convive com a situação ou está próxima dela, pode ser mais fácil notar o desequilíbrio. No entanto, essa dependência tende a provocar uma anestesia emocional que impossibilita o paciente de perceber o problema.
Assim como existem pessoas que não conseguem se livrar das drogas ou da bebida, também é possível haver pessoas com a dependência emocional. Portanto, a ajuda profissional pode ser imprescindível para vencer o problema.
A terapia ajuda a encontrar padrões repetitivos de relacionamentos com dependência emocional, além de auxiliar na busca de alternativas sem que se fique preso em buscas por relações 'que vão me fazer feliz', como se a felicidade pudesse ser encontrada no outro.
É fundamental prevenir que essa dependência emocional se instale. E isso provoca uma mudança de comportamento sociocultural, afinal é fundamental desmistificar o amor romântico. O amor e o afeto não precisam aprisionar. Ninguém vive em função do outro, e muitos consideram que o controle é uma expressão do amor, mas não é!
Em geral, muitas pessoas buscam ajuda na iminência do abandono ou quando o outro realmente se afasta, mas é possível iniciar um tratamento antes disso, para elevar a autoestima e vencer alguns padrões e crenças limitantes.
Maria Lúcia Pesce
Psicóloga Clínica
CRP 13.333
@psicologa.marialuciapesce




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