Timidez pode causar Ansiedade. Você sabia disso?
- saudepsicofisica

- 24 de jul. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de out. de 2021
A palavra Timidez é uma palavra que vem do latim e significa uma qualidade, estado ou condição de tímido; acanhamento excessivo, encabulação, encolhido. Se caracteriza pela preocupação com a imagem, pensamento, julgamento que o outro formula da sua imagem. Dentro dos princípios da abordagem Comportamental vamos considerar que somos seres orgânicos e possuímos um plano biológico estabelecido pela filogenia, que passa por um processo de aprendizagem operante e cultural.
Nesse sentido, vale lembrar da seguinte expressão, “Ninguém é o que é porque deveria ser, mas se tornou o que é a partir do convívio”, ou seja, ninguém escapa da sua história familiar e social histórico. A timidez não deve ser vista apenas como um traço da personalidade, mas como uma possibilidade de um padrão de atitudes e consequências de aprendizagem destorcidas de si mesmo. O que pode colaborar para que a pessoa tenha dificuldades em ter comportamento efetivo nas relações que estabelece com o mundo e seus pares.
O tímido em sua grande maioria não consegue se apresentar para o outro da maneira como gostaria, ele tem dificuldade muitas vezes de expressar seus pensamentos e colocar sua opinião por medo de não ser validado. Pode se perceber com uma pessoa incapaz, insegura, não digna de fazer parte de um determinado contexto. E assim, muitas vezes quando ela necessita colocar sua opinião, falar em público, apresentar um trabalho a pessoa entra em sofrimento e a ansiedade toma conta de suas emoções, seus comportamentos retraídos ganham força e reforçam sua percepção distorcida de si própria enfraquecendo suas defesas.
A timidez tem uma estreita relação com aprendizagem. É importante atentar para as contingências que contribuíram para esse comportamento. Por exemplo: Pessoas que viveram contingências pobres de estimulação e novidades; pessoas que viveram normas e valores de grupos fechados, ambiente familiar aversivo, permeado por algum tipo de violência. São alguns exemplos de contingências, que contribuem com aprendizagem da timidez. Assim, aprendemos comportamentos de fuga e esquiva de situações, que geram sentimentos de ansiedade produzidos no passado em contextos semelhantes.
Logo, algumas situações sociais podem se tornar estímulos discriminativos aversivos, que sinalizam consequências como críticas, julgamentos, desaprovação. Assim, diante de alguns acontecimentos, a pessoa observa e já entende que ela não será validada. A pessoa tímida geralmente, se afasta de situações que ela precisaria viver para aprender a lidar com essas contingências. Além disso a pessoa tímida também pode apresentar somatizações características do estado de ansiedade: tremor nas mãos, voz embarga, respiração ofegante, apagão e até mesmo choro.
A presença de uma simples pessoa ou ambiente publico pode ser extremante, aversivo ao tímido. Vale salientar que a timidez não é uma doença e nem toda pessoa tímida está em sofrimento. Então, podemos entender que existem graus de timidez, algumas pessoas conseguem levar sua vida tranquilamente, sem causar perdas das suas capacidades profissional, relacional e emocional.
Então, é fundamental perceber se a sua timidez está causando sofrimento, e compreender que sempre existe uma pessoa perto ou longe de você que poderá te ajudar a romper com velhos paradigmas, que te impedem de viver com qualidade.
Ressignificar acontecimentos de modo a ampliar o seu repertório de respostas, e até mesmo compreender os pensamos disfuncionais, que podem ser criados e potencializar a timidez. muitas vezes é necessário uma intervenção terapêutica, a partir da avalição da importância clínica da timidez, deverá ser avaliado cada caso por meio de uma análise funcional minuciosa das contingências vivenciadas ao longo do seu desenvolvimento e criar um tratamento adequado.
Maria Lúcia Pesce
CRP 06/13.334




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