O que é Inteligência Emocional?
- saudepsicofisica

- 21 de ago. de 2021
- 3 min de leitura
Como uma pessoa com boa inteligência emocional se comunica? Ela é paciente, assertiva e empática? A verdade é que essa competência vai muito além. É uma ferramenta de sobrevivência, que envolve saber reagir a imprevistos. É, acima de tudo, a arte de se conectar com base nas emoções, sabendo colocá-las sempre a nosso favor para melhorar a convivência.
Não importa o quanto você sabe, mas como você transmite esse conhecimento. Também não importa quem você é ou a posição que você ocupa se você não souber como chegar a acordos e como entender com quem você está lidando. Todo homem e toda mulher emocionalmente inteligentes, é capaz de se relacionar consigo mesmo e com os outros para moldar uma vida mais plena e satisfatória.
Uma pessoa com boa inteligência emocional não nasce assim, ela se torna boa nesse aspecto ao desenvolver novas estratégias. Portanto, é preciso ter vontade, comprometimento e conhecimento das competências.
Nos últimos anos surgiram muitos cursos para aprender essa competência, mas nem todos eles têm um nível de qualidade aceitável. Afinal, um diploma não qualifica ninguém. Portanto, é necessário um verdadeiro compromisso com a mudança.
Além disso, alguns estudos, como o realizado na Universidade do Bahrein em 2018, destacam a necessidade de que todo líder de uma organização seja hábil em inteligência emocional. Uma forma de começar é aprendendo uma série de ferramentas na área comunicativa.
Autorregulação das emoções: a calma ajuda a nos expressarmos melhor. Certamente você já percebeu isso alguma vez. Quando a raiva, a frustração ou a irritação habitam em você, sua comunicação se torna agressiva. Você diz coisas das quais se arrepende depois, e inclusive não consegue expressar com clareza o que deseja transmitir. Em essência, qualquer estado emocional intenso e descontrolado dificulta o ato comunicativo.
O primeiro passo será sempre regular o estado emocional: uma mente calma se expressa melhor.
A pessoa com boa inteligência emocional não está apenas motivada a se comunicar: ela sente o impulso de se comunicar de maneira positiva. O que isso significa? Significa que sua vontade é compreender, chegar a acordos, não impor exclusivamente sua opinião, mas também levar em conta a do outro.
Comunicar-se positivamente exige também saber controlar a comunicação não verbal: os gestos, um sorriso amistoso, mas não forçado, o tom de voz… Tudo deve visar à cordialidade e à conexão com o outro.
A pessoa que tem uma boa inteligência emocional sabe administrar as informações que lhe chegam graças à sua capacidade de empatia. Essa capacidade de perceber, compreender e se conectar com os afetos e as realidades dos outros é a pedra angular de uma boa comunicação. É uma grande vantagem quando usamos a empatia para completar nosso conhecimento do que está acontecendo e somos capazes de articular uma resposta sem deixar que as emoções nos invadam.
Precisamos dessa empatia para compreender a realidade emocional do outro, mas sem nos contagiar com essas emoções. Digamos que estejamos conversando com um colega de trabalho muito irritado. É inútil ficar no mesmo nível e estado de espírito dele. Para poder argumentar, reagir e acessar o outro de maneira adequada, precisamos manter a calma e o equilíbrio.
A escuta ativa: o dom da pessoa com boa inteligência emocional.
Escutar para compreender e não apenas para responder. Parece fácil. Contudo, geralmente esse é o maior problema nos processos de comunicação: não escutamos uns aos outros. Se quisermos nos tornar pessoas com boa inteligência emocional, é essencial aprender a aplicar uma escuta ativa adequada.
Essa estratégia foi definida pelo psicólogo Carl Rogers e envolve a integração das seguintes dimensões:
Escutar com atenção.
Ser capaz de escutar o que o outro diz sem pressupor nem considerar nada como certo.
Estar aberto para compreender o que estão nos dizendo.
Escutar de maneira ativa é se abrir para o outro, e não ficar pensando no que vamos dizer ou se estão nos contrariando.
Frequentemente, esquecemos o valor dos conectores emocionais no processo de comunicação. Aqui estamos nos referindo a pequenos gestos com os quais fazer o outro ver (e sentir) que o compreendemos, que nos conectamos com ele, que validamos sua presença, suas palavras e suas emoções. Contudo, como se pode aplicar esse tipo de recurso?
Estes são alguns exemplos:
Repita parte da mensagem que a outra pessoa disse para mostrar que você escutou/entendeu : “Eu entendo que as coisas são mais complicadas no seu departamento (…)”.
Insira palavras que sirvam para validar o diálogo com a pessoa que você está conversando: “Eu te entendo”, “É verdade”, “Claro”, “Eu concordo com você”, etc.
Para concluir, tornar-se uma pessoa com boa inteligência emocional e habilidosa na arte da comunicação eficaz exige tempo e esforço. Não é fácil ter controle absoluto sobre nossas emoções para poder falar de maneira assertiva. No entanto, não há nada como a prática e a vontade. Todos nós temos a capacidade de melhorar e desenvolver essas ferramentas de vida.
Maria Lúcia Pesce
CRP 06/13.333
Psicóloga Clínica
@psicologa.marialuciapesce




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