O Alcoolismo leva a perda da Inteligência Emocional
- saudepsicofisica

- 15 de dez. de 2021
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O Alcoolismo leva a perda da Inteligência Emocional
“Anestesiar o coração” e “afogar as mágoas” são expressões que dizem mais do que se imagina, quando o assunto é alcoolismo. Pesquisa de equipe da Saúde Mental da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP confirma dificuldades de dependentes de álcool em reconhecer emoções.
Muitos sofrem de depressão e ansiedade. Os dependentes de álcool apresentam maior déficit para reconhecer e julgar emoções.
(Medo, nojo, alegria, tristeza e surpresa). Os alcoolistas mostraram maiores prejuízos para julgar, reconhecer e reagir a todas as emoções estampadas nos seus rostos. A habilidade de julgar e reconhecer emoções é uma capacidade inata dos seres humanos, propicia interações sociais saudáveis e nos protege de perigos. O rápido reconhecimento de uma face de raiva pode evitar uma briga, enquanto “reconhecer faces de medo ou tristeza ajuda-nos a mudar o que está ruim”.
Resultado de efeitos neurotóxicos da bebida em circuitos neurais diversos, a falta dessa habilidade impossibilita reação adequada do dependente de álcool ao seu ambiente. “Os alcoólatras não possuem essa inteligência emocional e, num círculo vicioso, utilizam a bebida para fugir de situações problemas”.
Além da falta de inteligência emocional, os alcoolistas sofreram mais traumas emocionais precoces (na infância) que os não alcoolistas, e apresentam personalidade desadaptativa, dificuldade de adaptação e interação com seu meio social.
A primeira conduta terapêutica seria psicoterapia com psicólogo para suportar a abstinência, coligada a tratamento psiquiátrico.
Dois fatores podem levar ao alcoolismo (vivências de traumas gerais e emocionais na infância, e maiores dificuldades para reagir às emoções).
Com a doença já instalada, “a primeira conduta terapêutica seria psicoterapia para abstinência do álcool”, já que o consumo crônico prejudica a inteligência emocional (percepção e julgamento das emoções), e para prevenção de recaídas. A participação dos grupos de autoajuda, como o AA (Alcoólatras Anônimos)!e em palestras informativas sobre os danos do consumo de álcool, também estão entre as indicações.
Saber que determinados traumas vividos na infância e dificuldades de reagir às emoções, estão entre os riscos para o alcoolismo, ajuda a estabelecer medidas preventivas. Entre os inúmeros prejuízos, essas ações preventivas devem enfocar “a perda da inteligência emocional”.
O relatório 2017 da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra consumo de álcool estável entre os brasileiros nos últimos dez anos. Suponho ter aumentado o número de alcoolistas.
O Brasil figura como o 49° colocado entre os países que mais consomem álcool (os primeiros colocados são do leste europeu) dentre os 193 avaliados. E a própria OMS esclarece que o problema não está no consumo em si, mas no uso excessivo e na falta de controle. Hoje, 3,3 milhões de pessoas morrem todos os anos em consequência da bebida. O número equivale a 5,9% de todas as mortes no mundo e sobe para 25% quando são consideradas pessoas entre 20 e 39 anos de idade.
Cuide-se. Procure ajuda na área da Saúde Mental.
Maria Lúcia Pesce
Psicóloga Clínica
CRP 06/13.333
@psicologa.marialuciapesce




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