Felicidade Plena Não Existe

O desejo de ser feliz é algo comum a todo ser humano. Seguimos em busca daquilo que nos diga que somos felizes. No meio de tantos ideais, são ofertadas receitas de como alcançar essa tal felicidade, como se ser feliz fosse um dever a ser cumprido: "Tenha isso e seja mais feliz", "faça isso e seja feliz", e por aí seguimos em busca de objetos, pessoas, afazeres, algo que nos possibilite alcançá-la e que nos livre de nossas angústias.

Nas redes sociais nos confrontamos com esse ideal de felicidade. Como se a tristeza fosse algo que não pudesse ser mostrada, então usamos máscaras e fingimos que estamos felizes. E é nessa busca por uma felicidade plena que nos encontramos com a infelicidade e acabamos fazendo uso de paliativos que nos oferecem possibilidades de tamponar o sofrimento, a sensação de vazio.

A felicidade é momentânea. O Budismo coloca que existem “momentos de felicidade, quando eles surgem APROVEITE!”.

A felicidade jamais será plenamente realizada mesmo que a gente siga todas as receitas de como alcançá-la.

Freud (1930) em o mal-estar na civilização, diz que: "não há, aqui, um conselho válido a todos; cada um tem que descobrir a sua maneira particular de ser feliz". Ele nos mostra como o caminho para a felicidade é singular, não há regras ou receitas prontas para alcançá-la, cada um deve por si descobrir como lidar com a sua falta.

Finalizo com uma fala de Contardo Calligaris: "Ser alegre (muito melhor do que ser feliz) é gostar de viver mesmo quando a vida nos castiga.

Maria Lúcia Pesce

Psicóloga Clínica