Exaustão Emocional: onde os fracos tem voz!
- saudepsicofisica

 - 27 de ago. de 2021
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Quanto tempo é muito? Provavelmente não há uma resposta precisa, quantitativa e comum a todos. A questão central aqui é a posição assumida no decurso da vida de uma "fortaleza", por parte de quem esqueceu-se das fragilidades, das feridas e das próprias "úlceras" psíquicas. Cedeu à tentação de ser conhecido como exemplo de "superação", como alguém que suportou as barras mais pesadas. Como quem se apresentou enquanto porto seguro a muitos da família, quem serviu de "plataforma", de esteio, de "cobertor", de "telhado", de "protetor", de "provedor", de base, de chão e céu. Mas a vida cobra o que foi varrido pra debaixo do tapete. A rigidez demonstrada escondia trincas em expansão. Os anos pesam, os "pássaros" tratados voam e aí... bem, aí, um ar de exaustão, suspiros por demais alongados e profundos; um "que" de esgotamento, sensação de vazio, vontade de dormir e nunca mais acordar, esgoto a céu aberto fluente jorra por entre pensamentos e palavras. Estourou a tubulação! O que se aprende com tudo isso? Você não vale pra ninguém. Cuidar-se e tratar as feridas desde cedo prolongarão sua saúde mental; Jamais subestime suas memórias traumáticas, sobretudo às relacionadas à infância e adolescência; Não confie no dito comum: " Tudo vai ficar bem...", trata-se de uma armadilha. As cargas mais pesadas que levamos, no início foram dores sem grandes interpretações, para só com o tempo de negligência, se tornarem montanhas de sofrimento. Todo exausto um dia foi leve, foi cândido, criança, vento e flor. Já houve ali jardins e não sepulcros. Os "fracos" vivem mais e melhor, pois assumem muito oportunamente sua condição de demandante e vulnerável, sem vergonha e sem pudor. Em suma, ao primeiro sinal de dor, grite alto e forte!
Maria Lúcia Pesce
Psicóloga Clínica
@psicologa.marialuciapesce




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