Esquizofrenia: o que é e quais são os sintomas
- saudepsicofisica

 - 2 de set. de 2021
 - 3 min de leitura
 
A esquizofrenia é uma doença muito estigmatizada, que ainda gera muitos mitos ligados a ela. Com sintomas, no início, pouco perceptíveis, pode demorar a começar a ser tratada, gerando sofrimento para quem a porta.
Para evitar essas consequências negativas, a informação é a melhor aliada.
O que é a esquizofrenia?
A esquizofrenia é um distúrbio psiquiátrico, em que o portador perde o contato com a realidade, sendo impossível para ele diferenciar o que é real e o que é parte da doença. Cerca de 2,5 milhões de brasileiros sofrem com a esquizofrenia atualmente.
Quais são os sintomas?
Por mais que o imaginário popular enxergue o esquizofrênico como apenas alguém que “vê coisas”, o espectro de sintomas é muito mais complexo, variando de caso a caso. Geralmente, o esquizofrênico experimenta dois tipos de sintomas diferentes, os produtivos e os negativos.
Sintomas produtivos:
Entre os sintomas produtivos está o delírio, que se caracteriza por uma visão distorcida da realidade, mesmo diante de evidências ao contrário. O mais comum é o persecutório: o portador acredita que está sendo perseguido, que há uma conspiração contra ele.
Outro sintoma positivo muito comum é a alucinação, que independe da realidade para existir. Ou seja, ouvir vozes que não são reais, ver pessoas ou objetos que não existem.
Sintomas negativos:
Os sintomas negativos de esquizofrenia são menos conhecidos pelo senso comum, mas são igualmente graves para o paciente. Entre eles estão a diminuição da motivação até para fazer coisas simples, como trabalhar e levantar da cama, e a redução da expressão emocional, como parar de responder ou se expressar, manter o olhar perdido e diminuir drasticamente a interação com as pessoas ao redor.
Quais são os tipos existentes?
A esquizofrenia é uma doença complexa, que pode afetar de diferentes formas os seus portadores. Confira os diferentes tipos:
simples: o paciente perde interesse no convívio social, prefere o isolamento e fica insensível a emoções e afetos;
paranoide: nesse tipo de esquizofrenia, o portador se vê como a vítima de uma grande conspiração, tem a fala confusa, tende ao isolamento social e as alucinações auditivas estão quase sempre presentes;
desorganizada: caracteriza-se por pensamentos desorganizados, fala sem nexo e respostas emocionais descabidas;
catatônica: o paciente fica apático e mantém-se imóvel por longos períodos;
residual: estágio crônico da esquizofrenia, em que predominam os sintomas negativos por, pelo menos, um ano;
indiferenciada: esquizofrenia que não é enquadrada em nenhum dos tipos anteriores, mas apresentam sintomas comuns aos outros quadros.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico deve ser feito por psiquiatras a partir do contato com o paciente e a identificação dos sintomas. Não há exames clínicos que possam comprovar a existência da esquizofrenia, mas estes são usados para excluir outras doenças com sintomas parecidos.
Como tratar?
O tratamento é feito por meio de remédios e terapia, que procura integrar o indivíduo novamente ao convívio social e restabelecer sua autonomia.
Qual é a evolução do processo esquizofrênico?
A evolução da esquizofrenia é única em cada paciente, alguns podem ter apenas uma crise e passarem anos sem que a doença se manifeste novamente, já outros podem ter surtos em espaços de tempo mais curtos.
O que geralmente ocorre é que os sintomas negativos, como apatia e o isolamento, se manifestem primeiro, evoluindo depois para as crises mais intensas da doença e gerando consequências graves, quando o problema não é tratado.
Entre os impactos negativos que podem acontecer na vida do paciente, estão:
tentativas de suicídio;
abuso de drogas;
depressão;
ansiedade;
isolamento social;
incapacidade de trabalhar;
A predisposição genética é um dos principais fatores de risco: filhos de portadores têm 15% mais chance de desenvolver a doença ao longo da vida, sendo mais comum que se manifeste na adolescência, no caso dos homens, e entre 25 a 35 anos, no caso das mulheres.
Mas há também fatores ambientais, como desnutrição antes do nascimento, estresse, problemas na saúde da progenitora durante a gestação, complicações no parto e traumas durante a primeira infância. Geralmente é a união dos fatores genéticos e ambientais que causa a esquizofrenia.
Como lidar com um portador de esquizofrenia?
A ajuda da família é fundamental para o tratamento do portador de esquizofrenia. Por mais que seja difícil, é preciso compreensão, evitar respostas como “isso é apenas coisa da sua cabeça” e muita paciência para ajudar o paciente a recuperar-se e reintegrar-se ao convívio social saudável.
Maria Lúcia Pesce
Psicóloga Clínica
@psicologa.marialuciapesce




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