Empatia e Atenção neste Momento da Pandemia

Vamos pensar em qual momento cada indivíduo está vivenciando a pandemia e como tem sido a nível social/pessoal/laboral/familiar.

Fiquei pensando o que seria uma sociedade pós-covid. Será que podemos dizer que já estamos no pós-covid?. O momento no Brasil inspira uma certa estabilidade pandêmica que tem motivado as flexibilizações, mas fico pensando no que isso implica para as pessoas. Parece que estamos enfrentando vários ciclos. Nessa Pandemia estamos vendo pessoas paranoicas, mais paranoicas; pessoas fóbicas, com elemento fóbico maior; pessoas persecutórias com elemento muito consistente de perseguição. Pessoas com crises de angústia e agora, diante da possibilidade de flexibilização, fico me perguntando se os sintomas das pessoas

se flexibilizarão da mesma maneira que a máscara se flexibiliza. Tem alguma coisa do sofrimento que precisaremos tratar, acompanhar a pessoa emocionalmente acometida, pois são muitos impactos psíquicos.

O que é esse pós-covid? Será que já estamos no pós-Covid? Do que estamos falando?. O que importa agora é ponderar a questão do tempo, que não é igual para cada pessoa. O pós-covid será diferente para cada um de nós, e não terá uma data que deixe de ser pandemia. Além disso, cada indivíduo ou coletivo vai ter o seu tempo e esse tempo vai acontecendo de forma distinta e simultaneamente. Sobre sintomas, existem aqueles que podem ser considerados normais em tempos pandêmicos, no entanto, é necessário que as(os) psicólogas(os) tenham atenção para a possível cronificação. Temos também que pensar nas nossas ações no agora, e como elas podem contribuir no cuidado em saúde mental, no que é esse pós-covid, no quanto é importante o investimento em saúde pública que visa saúde mental. Precisamos entender que o impacto da saúde mental na sociedade envolve todos nós.

O ponto focal é a reflexão sobre a sociedade estar vivendo uma pós-covid se, na verdade a pandemia não terminou. Atualmente, na Europa está havendo outra variante do Covid, parece um ciclo interminável. Vejo como uma grande discussão da saúde global que a pandemia não é a mesma para todas as pessoas, e por isso não pode ser lidada de uma só maneira. A partir do momento que conseguirmos entender e enxergar o outro, e entender que ele(a) tem suas particularidades que são diferentes da minha, cada um tem seu emocional, suas crenças, seus medos . . .

Em 40 anos de formação em Psicologia, não me lembro de ter vivenciado uma situação como essa. Nunca se teve tantas procuras por psicólogos e psiquiatras.

Vamos refletir!

Maria Lúcia Pesce

Psicóloga Clínica

CRP 06/13.333

@psicologa.marialuciapesce

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