Depressão Pós-Parto. Como Identificar?
- saudepsicofisica

- 31 de jul. de 2021
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As pesquisas científicas revelam que no Brasil a Depressão Pós-Parto tem alcançado um índice de 25% das mães.
Geralmente surge entre 6 a 18 meses após o nascimento do bebê.
O contato real com o bebê pode gerar ansiedade e sentimentos depressivos, o que leva em alguns casos a apresentar risco de morte ao bebê. Cada mãe com Depressão Pós- Parto sofre de forma individual, no seu tempo e tem sua própria dinâmica.
Os sintomas são muito similares ao da depressão. Os principais sintomas são: sentimento de tristeza profunda, irritabilidade, isolamento social, baixa autoestima, desinteresse sexual, choro, intolerância ao esposo/companheiro, cansaço e falta de energia. Não necessariamente a mãe terá todos, mas, a prevalência de alguns sintomas já caracteriza a Depressão Pós-Parto.
O bebê imaginário muitas vezes difere do bebê real, que agora necessita de todos os cuidados. Lidar com este sentimento ambivalente de amor e ódio é uma tarefa de autoconhecimento. O trabalho da psicologia é facilitar o caminhar da mãe e seu bebê, de maneira suave, sem dor nem culpa, valorizar seu papel de mãe, proporcionando mecanismos para que possa ser reconstruído algo que interfere no momento da chegada do bebê real.
Estimular a autoestima, é um ponto forte para superar este momento, as vezes as mães criam expectativas diante do parto, porém, se algo não acontece como desejado vem a frustração. Quando o bebê é apresentado, e a mãe não sentiu as emoções imaginadas, pode surgir um sentimento de incapacidade.
O sentimento de culpa muitas vezes aparece e a mãe internaliza potencializando a dor.
Não é raro, acontecer nesse processo, do pai não se envolver com o nascimento. Assim sendo, a mãe se sente isolada e desamparada, sem o suporte necessário, causando mais dor e sofrimento. Pode ocorrer do pai também se afastar, por achar que não tem vínculo com aquele bebê.
Quando identificada a Depressão Pós-Parto, fica mais fácil de ser tratada. É necessária uma rede de apoio, que poderá contar com o psicólogo, os pais, amigos e até enfermeiras ou babás. Deste modo, a rede de apoio assumirá algumas tarefas, que darão espaço para que a mãe se cuide e possa cuidar do seu bebê. Desta forma, ela mudará o foco daqueles sentimentos de angústia e tristeza, e vai ao encontro do seu bebê real, aquele que faz parte dela, da forma que ela tem de melhor: SENDO MÃE.
A importância do autoconhecimento antes da chegada de um filho é pontual, questões passadas, mal resolvidas, tanto a nível do casal como a nível individual, deveriam ser trabalhadas antes da proposta de engravidar. Mesmo não sendo hábito nosso, buscar um psicólogo para discutir nossas diferenças e buscar acertos, seria uma atitude a ser tomada antes do planejamento da gravidez. A saúde mental faz parte de todo nosso SER.
A Depressão Pós-Parto pode ser um Indicativo do início de Transtorno Afetivo Bipolar (TAB).
Maria Lúcia Pesce
Psicóloga
CRP 06/13333




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